terça-feira, 22 de maio de 2012

O Medievalismo Corporativo


Segundo a nossa historiografia não há um marco que dita o fim da idade medieval, ela certamente teve um fim? Digo que sim, e não. Tenho observado traços de medievalismo em alguns lugares, como no mundo coorporativo por exemplo.

Religião, suserania e vassalagem
Nosso cotidiano é marcado pela correria, urgência, prazos, metas, etc e tudo isso gira em torno do mundo das grandes empresas. Há muito trabalho a ser feito e o contingente da corporação parece não ser o suficiente, ou melhor, os nobres que vivem no grande feudo empresarial não podem por a mão na massa.
Com isso, esses nobres oferecem ferramentas e condições de trabalho para (em grande maioria) jovens recém formados, que em troca produzem e geram dinheiro para a empresa.
Essa troca de interesses surge através de grandes contratos de suserania e vassalagem, onde os jovens vassalos juram por fidelidade seguir as normas da empresa, vestir a camisa da corporação e prestar todo e qualquer serviço coberto pelo contrato.
Em teoria há uma diferença entre essa relação moderna e a relação suserano/vassalo da idade média, todos somos iguais aqui dentro", mas não é bem assim.
Trabalho em um grande feudo produtor de "bioenergia", grandes "protetores do meio-ambiente", que ostentam a cor verde em sua bandeira. Seus nobres carregam no peito um crachá da cor verde, a cor da esperança e da natureza pura, enquanto nós, vassalos, carregamos o crachá da cor marrom, cor da terra, dos campos de trabalho. O crachá que deveria nos identificar apenas pelo nome, também é uma identificação da classe social dentro do grande feudo. Determinando quem pode ou não gozar dos benefícios da nobreza.
Mas o ponto de maior importância, o direito de todo suserano e o dever de todo vassalo, é seguir religiosamente os preceitos ditados pelo grande feudo coorporativo, as regras devem ser seguidas a risca, você deve amar o que faz e essa é a única e absoluta verdade para sua vida. Todo vassalo deve trabalhar no que lhe foi atribuído e no que mais o suserano desejar, pois essa é a vontade do Senhor contrato de prestação de serviços.

Heresia e o conhecimento proibido.
A vida do vassalo não é tão árdua, após um dia de trabalho ele vai para sua casa, onde deve estar de prontidão para servir ao seu suserano caso seja necessário, deve pensar em como resolver o problema desse dia, no dia seguinte. Para alguns é concedido o direito de frequentar as grandes universidades, mas apenas para o estudo dos saberes inerentes à sua função no feudo.
Contudo, existem aqueles que buscam o conhecimento proibido. Como por exemplo, os vassalos que prestam serviços ligados a tecnologia são visto como hereges ao serem pegos absorvendo o conhecimento das ciências humanas. E qualquer tipo de conhecimento artístico é visto como uma excentricidade desnecessária em praticamente todos os meios.
Esse tipo de conhecimento desvirtua o homem de seu trabalho, o faz pensar e desejar além. São hereges que serão condenados após o período da colheita de avaliações de desempenho. E a punição pode ser severa.

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